Entenda de uma vez por todas a residência médica

Hoje, vamos mergulhar mais profundamente no emocionante universo da residência médica, começando pelo passo número um: Conheça a Residência Médica. Se você está considerando ou já está envolvido nessa jornada desafiadora, é fundamental compreender o que a residência médica representa.

Desejada por milhares de estudantes de medicina todos os anos, a residência médica trás consigo muitas incertezas, tanto no sucesso na aprovação, quanto em todo o contexto que está inserida. Não é comum estudantes prestarem a prova sem entender tudo que está relacionado a ela.

Aqui você vai entender de uma vez por todas o que é, como funciona, onde se inscrever e quanto você vai ganhar.

O que é a Residência Médica?

A residência médica é um programa de treinamento intensivo e especializado destinado a médicos recém-formados. É uma fase crucial na formação de qualquer médico, pois oferece a oportunidade de aprimorar habilidades clínicas, adquirir conhecimento específico em uma especialidade e, finalmente, se tornar um especialista na área escolhida.

Por mais que o público alvo sejam estudantes recém formados, nada te impede de participar, independente de sua idade. Devido à alta carga horária e restrição na remuneração, no entanto, a grande maioria dos residentes acaba sendo os mais novos. Mas calma, vamos chegar lá!

Especialização? Quando você obtém o seu CRM, está livre para atuar no mercado, mas apenas como médico generalista. Esse médico geralmente é errôneamente confundido com o clínico geral, já que a Clínica Médica também é uma especialização com residência.

A conclusão da residência lhe dá o direito de ter o Registro de Qualificação Especialista (RQE) e é ela que garante que você pode se divulgar como um especialista. Isso está no no Código de Ética do Conselho Federal de Medicina (CFM). Muito cuidado com as bios do instagram que você vê por ai! Se você quer entender melhor, o CFM preparou um manual de publicidade médica e um conjunto de perguntas e respostas para te ajudar.

A residência é um programa que ocorre em instituições de saude. Em sua grande maioria, hopitais e maternidades.

E como ela funciona na prática?

A residênica é regulamentada em lei. Isso significa que existem determinadas definições que são fixas em todos os programas de residência do pais. Sua regulamentação fica a cargo do MEC.

Carga horária

A lei estabelece que a carga horária não deve ultrapassar as 60 horas semanais. No entanto, é muito comum que a carga horária real seja superior à esse valor, principalmente em residências que têm envolvimento cirúrgico, como a própria Cirurgia Geral ou a Ginecologia e Obstetrícia.

Descanso

O residente possui o direito de férias de 30 dias seguidos, bem como é resguardado o direito de um dia de descanso semanal.

Mesmo estando na lei, existem residencias que optam por dividir o perído de férias em dois, 15 dias em cada momento distinto. Além disso, existem relatos de algumas residências com escalas de trabalho em que o residente possui atividade em todos os dias da semana.

Pesquisar sobre os programas de residência que você tem interesse é fundamental para entender melhor como eles funcionam na prática. Investigue a fundo como cada programa é gerido, suas avaliações e referências. Não escolha seu local de residência por nome, mas sim, por fatos.

Remuneração $$

Um dos pontos invariáveis do programa é a remuneração. O seu valor é também definido na lei, que cita que ele pode sofrer atualizações anuais de correções monetárias. Como você pode imaginar, isso não ocorre. A última atualização ocorreu em Janeiro de 2022. Antes disso, havia sido em Janeiro de 2016.

A remuneração atual bruta atual é de R$ 4.106,09.

Apesar de não ser um trabalho formal com vínculo trabalista (não é CLT!), todo residente precisa está ligado ao sistema de proteção social - o INSS. Isso implica em uma retenção de 11% do valor da bolsa residência.

Por isso, o valor que chegará em sua conta é de R$ 3.654,42.

O fato da remuneração ser exatamente a mesma para todos os residentes do Brasil é um fator a ser considerado, já que moramos em um país extremamente diverso, onde algumas cidades podem possuir mais de 3x o custo de vida de outras.

Existem instituições que oferecem bolsas maiores que o piso destacado acima, mas não são suficientes para que o cálculo de remuneração média fosse modificado.

Fazer o planejamento financeiro é extremamente fundamental antes de ingressar na residência. Por possuir uma carga horária extensa, a maioria dos residentes têm muita dificuldade em manter uma outra fonte de renda. Não subestime o planejamento! Coloque na ponta do lápis e se prepare de forma adequada.

Aulas teóricas

O programa de residência também conta com carga horária destinada à teoria. Muitos programas possuem provas ao longo do ano também. O processo de especialização é completo e imersivo.

Duração

A residência dura em média 2 anos, mas varia de acordo com a especialidade. A Neurocirurgia, por exemplo, tem 5 anos de duração.

Confira abaixo quanto tempo cada especialização dura:

Importante: Clínica Médica e Cirurgia Geral passaram, a partir de 2020, a terem 3 anos.

Você deve estar sentido falta de algumas especialidades, não é mesmo? Acontence que existem especialidades que possuem pré-requisitos, em que você precisa passar por uma residência para fazê-la. São exemplos disso:

Suas atribuições como residente

O residente é inserido no contexto de sua especialidade desde o primeiro dia. Isso quer dizer que você irá trabalhar em plantões noturnos, aos finais de semana e feriados na mesma proporção que os especialistas. A prática, no entanto, é sempre supervisionada pelos preceptores, os seus médicos especialistas que atuam como mentores durante este processo.

Da mesma forma, você vai participar ativamente das decisões necessárias dentro da sua área de escolha, estando em direto contato com diversos profissionais experientes com grande frequência.

Impacto na carreira médica

Portas Abertas para Carreira Profissional

A residência médica não apenas confere a especialização desejada, mas também abre portas para a carreira profissional. Muitos médicos continuam trabalhando nos hospitais em que realizaram a residência ou ingressam em instituições renomadas.

Desenvolvimento de Habilidades Profissionais

A experiência adquirida durante a residência molda as habilidades práticas, a tomada de decisões e a capacidade de lidar com situações complexas, preparando os médicos para uma carreira de sucesso.

Como ser um residente?

O processo de ingresso na residência médica é por meio de aprovação no processo seletivo de determinada instituição de saúde. Cada uma tem o seu processo específico, podendo ser único, em que o processo é exclusivo para aquela determinada instituição, ou unificado, onde a instituição escolhe uma prova que também possibilita o ingresso em outras (similar ao bom e velho enem!)

Fique atento(a)! Os hospitais podem mudar (e mudam!) de prova escolhida entre os anos.

A avaliação do candidato geralmente se dá de 2 ou 3 formas diferentes:

Avaliação curricular

Aqui é onde todas as atividades que você realizou durante a faculdade podem lhe ajudar a conseguir a nota máxima na categoria. Cada prova tem seu critério que o que considera válido e com qual peso na nota, mas diversas atividades podem ser consideradas:

• Participação em ligas acadêmicaspossiblita
• Participação no grêmio estudantil
• Horas-aula em congressos
• Cursos de capacitação
• Capacitação em inglês comprovada (provas de fluência)
• Partipação em artigos publicados

Dentre outras possibilidades. É muito importante estar atento à regras de avaliação curricular, em todos os anos, pois mesmo se a instituição não mudar de prova, o critério curricular pode ser alterado de um ano para outro.

Importante: Em algumas instituições, essa avaliação pode ser acompanhada de uma entrevista junto à equipe de residência.

Avaliação objetiva

Prova constituida apenas de questões objetivas, com conteúdo extenso presente nas cinco grandes áreas da medicina:

• Clínica Médica
• Medicina Preventiva e Social
• Pediatria
• Ginegologia & Obstetrícia
• Cirurgia Geral

Essa é normalmente a forma de avaliação que tem o maior peso na nota final do processo seletivo.

Não se engane! Mesmo que tenha o maior peso, muitas vagas são decididas graças aos pontos da avaliação curricular. Certifique-se que você está dando atenção ao seu currículo.

Avaliação prática

Esta etapa não está presente em diversos processos de seleção para a residência. Ela consiste em um (ou mais) casos clínicos que serão avaliados por uma banca examinadora. Enquanto a avaliação objetiva tem conteúdo mais extenso e "geral", esta etapa costuma ser mais direcionada, o que implica em requerer um conteúdo mais aprofundado de cada tópico existente.

O estudo para a prova prática costuma ser bem diferente da teórica. É importante ter isso em mente ao se inscrever em processos distintos.

Onde escolher a residência?

A escolha da residência é muito ampla. Um mesmo hospital pode ter uma residência renomada em Clínica Médica, mas acumular avaliações negativas de sua Ginecologia e Obstetrícia.

Podemos citar algumas instituições que possuem os programas mais famosos e concorridos do Brasil, como a USP, Unifesp, UFRGS ou Unicamp. Nos últimos anos o Enare, prova unificada, vem ganhando força e tentando abarcar cada vez mais hospitais, enquanto o SUS-SP é a prova unificada mais famosa do país. Confira aqui o edital 2024. Vale a pena conferir como está o leque de opções por lá.

É muito importate que você se atente à todo o contexto da instituição antes de escolher. Ela será praticamente a sua casa pelos próximos anos. É fundamental que os valores e métodos presentes estejam alinhados com aquilo que você acredite.

Compreender o funcionamento da residência médica é essencial para os estudantes de medicina que aspiram a se tornar profissionais altamente qualificados, mas é apenas o primeiro passo rumo a sua aprovação.

Sabendo disso, nós da SmartMed Cards montamos para você os 15 passos para passar na residência médica. Aperte o cinto, a jornada está apenas começando.

EquipeSmartMed Cards